quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Farol das Almas

Certas noutes, brumais, dos plenilúnios,
A lua alva no aconchego dos negros véus,
Visão medonha, sagrada e dos eflúvios,
É a visão, sacrossanta dos ermos céus...

Há um mistério, que encanta e arrebata,
Que no ardor dessa santa contemplação,
Faz da lua um mistério que Deus retrata,
As santas almas, que jazem hoje ao chão...

Exuberante mas triste, paramentada,
É esta leiva que um dia acolherá,
Todas as almas da terra, iluminada...

A luz da lua atraca nos tristes portos,
Como farol, das almas enclausuradas,
Sagrada luz, angélica dos mortos...



5 comentários:

Cristina disse...

Gracias por la vista, siempre es un placer visitar tu espacio!
Te dejo un fuerte abrazo,bello miércoles!

Anónimo disse...

Olá, querido António!

Tudo bem com você?

Sabe que eu, nesse seu espaço, não me sinto muito à-vontade, porque nunca entendi, nem entendo a morte, e o sítio, cemitério, me constrange.

E você é um homem de fibra, porque até criou um blogue, dedicado às almas que partem e com poesia dessa índole.

Claro que eu sei que nascemos e morremos. É coisa natural, mas é difícil para mim, aliás, eu ainda não interiorizei esse facto, e nem sei mesmo se vou conseguir, um dia.

Acredite que eu não sei que dizer de seu poema, não sei como comentar.

Ai, a noite, a escuridão, as almas, penadas ou não, e a lua, como testemunha de todo este cenário, em contemplação.

Obrigada por ter postado, embora, não fosse esse o tipo de poema, que eu esperava, mas foi aquele que você quis e gostou de fazer. MUITO OBRIGADA!

Lindo domingo e boa semana.

Um beijo da Luz, com muita estima.

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu amigo

Um poema que retrata um caminho que todos seguiremos um dia.
Tenho saudades do antigo Lírio das Almas.

Um beijinho com carinho
Sonhadora

Vanessa M. disse...

Que belíssimo soneto, seus versos possuem inefável beleza!
Esta atmosfera lúgubre e melancólica torna-os muito profundos.

Fábio Murilo disse...

Augusto do Anjos assinaria embaixo.