Oh, que dor! Que tristeza, atroz, funérea,
Ao deparar-me com tamanha profanação...
Almas torpes, vândalos da paz cinérea,
Que desça a ira de Deus, por esta violação...
Eis que as lápides, ao chão, derribadas,
Leito dos mortos, do descanso tumular,
Evocam a demência de almas ofuscadas
Pela torpe obsessão, de um valor angariar...
Almas de sina errante, infames e sem luz,
Destroem, vilipendiam, e roubam a paz,
Daqueles que jazem, à sombra de uma cruz...
Decerto são almas vis, decaídas, dementes,
A rasgar sedentos, o lúrido sacrário,
Rastejam pela vida – Oh, miseráveis mentes...
Cemitério do Araçá em São Paulo, após ataque de vândalos