Primeira e terceira estrofe, Rosa Maria
Segunda e quarta estrofe, Lírio das Almas
Quando um dia partir... Em branca espuma minha alma vagará
Vazia sombra... Beijo de mar e pranto... Eco da minha saudade
Porque demoras tanto... Brisa leve... Doce vento que me levará
Quando um dia partir... Pousa leve no meu túmulo a eternidade
Mas dormirei ainda por um tempo, no frio tumular da sepultura
Para, no repouso agraciado pelos anjos, e da plenitude eterna
Meus olhos enxugar todas as lágrimas, os prantos e a amargura
E acordar nos braços dum'alma eleita, amorosa, e sempiterna
São lírios os meus olhos... Magoados e tristes... Sem vida
Calados e feridos... São da dor a agonia... Do amor a solidão
São o silêncio da noite escura... Duas portas sem guarida
São o céu enegrecido... Estrelas cadentes na imensidão
Pois bem sei que meus olhos magoados é de onde emergem
Meus íntimos sofrimentos, latentes, e de saudosos encantos
Olhos tristonhos, mas brandos, que em minh’alma aspergem
As suavíssimas contemplações, balsâmicas dos meus prantos