sábado, 12 de novembro de 2011

Fotografias Post Mortem

Esse poema escrevi inspirado, após assistir ao filme “Os Outros”, com Nicole Kidman.
Durante a 2ª Guerra Mundial, Grace (Nicole Kidman) decide por se mudar, juntamente com seus dois filhos, para uma mansão isolada na ilha de Jersey, a fim de esperar que seu marido retorne da guerra.
Como seus filhos possuem uma estranha doença que os impedem de receber diretamente a luz do sol, a casa onde vivem está sempre em total escuridão.
Eles vivem sozinhos seguindo religiosamente certas regras, como nunca abrir uma porta sem fechar a anterior. Mas quando Grace contrata empregados para a casa, eles terminam quebrando estas regras, fazendo com que imprevisíveis consequências ocorram.
Durante sua estadia na mansão, ela descobre num local empoeirado, um álbum de fotografias de pessoas mortas, em várias poses, algumas delas passando a impressão de ainda estarem "vivas" e "dormindo". Na realidade, fotografar pessoas mortas, era um costume arraigado na sociedade estadunidense do século 19, propiciado pela invenção da fotografia.
Essa cena para mim foi marcante, e foi quando escrevi o poema.
O filme, vale a pena conferir.

***

Aquele álbum de antigas fotografias,
Que tomei em minhas mãos para olhar;
Tão antigo e roto, com poses sombrias,
Minh’alma ansiou as imagens fitar...

Velhas fotografias, tétricas, escuras,
Lembranças tristes daqueles instantes...
Sentados, e em pé, as mórbidas figuras,
Pareciam dormir em soturnos semblantes...

Eram almas que no leito morriam!
Tão tétricos expostos In Memoriam,
Figurava também um pequeno infante...

Ao ver aqueles rostos, refleti sem medo!
Sei que meu porvir irá chegar mais cedo,
Quem sabe tarde, logo mais, ou adiante...


8 comentários:

Anónimo disse...

Olá estimado António,

Também vi o filme de que nos fala. Fantástico!
Seu poema não é de menor força e brilhantismo.
Falar de morte com beleza não é fácil. Você o consegue.
Boa semana.

Beijos de luz.

Flor da Vida (Suelzy Quinta) disse...

Sim, assisti esse filme, foi pura emoção do começo ao fim.

Mas tu, como Lírio das Almas que és, captou do filme a alma, e retratou com perfeição nesses versos com a mesma profundidade e emoção que nos toca, a ponto de nos fazer chorar o coração.

Aplausos sempre!!!

Abraço de Flor

Celina disse...

Meu amigo um bom dia de muita paz, eu ví esse filme, mais pouco lembro dele. Mais os teus versos são maravilhosos, sabes cantar principalmente a saudade, a dor, o amor, isto é mavavilhoso mostra a tua garra de poeta, fico feliz de estar aquí comentando o teu trabalho lindo. abraços Celina

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Meu querido

Vi esse filme e adorei.
O poema como sempre escreves o teu sentir como ninguém.

Deixo um beijinho com carinho
Sonhadora

Amélia Ribeiro disse...

Olá António,

obrigada por visitar o meu blog e, dessa forma, trazer-me até este recanto de letras tão inspirado.

Um beijo.

Anónimo disse...

Olá estimado António,

Passei para ver se havia novos escritos e para lhe desejar uma excelente 6ª feira.

Beijos de luz.

Anónimo disse...

Bom dia Querido António,

Sabe que tenho por você uma enorme admiração e carinho.
O acho um homem culto, sensato e terno.
Leio seus escritos, de forma muito aprazível.
É bom estar com e nas suas palavras.
Tenha um lindo domingo.

Beijos de muita luiz.

Ange disse...

Nossa! Incrível que um filme com um tema quase macabro (sou medrosa mesmo) pode inspirar tão belo poema!
Realmente é um prazer ler um dos seus belos poemas.
uma linda noite!