Ó que dor em minh’alma, quanta ternura,
Carrego neste amor, lutuoso, desconsolado!
Diante de tua face, mórbida d’amargura,
Carrego uma tristeza, soturno, dilacerado!
Cobrirão tua noite, os véus de melancolia,
E aconchegar-te-á nos ornatos da sepultura...
Serão vagos momentos que a noite acaricia,
Teu corpo amortalhado, rosa da desventura...
Vão nestes prantos, sentimentos, puros, eleitos,
Que hão de te ungir com essências de uma flor,
Junto com anjos, sublimes, augustos, perfeitos!
Por entre os enlevos que as rosas hão de deixar,
Evolvem-me lembranças singelas de tanta dor,
Num rosto adormecido de um anjo a descansar.
6 comentários:
Olá estimado António,
Belíssimo e doloroso soneto.
Sua alma, lutuosa, carrega a dor pela morte de uma menina, flor morta, que compara a um anjo a descansar.
Seu poema abunda em metáforas, o que lhe dá riqueza semântica e lirismo.
Beijos de muito carinho e luz.
Meu querido
Deambulo nas paisagens líricas da tua alma...voo como se um anjo me levasse nas suas asas...como se uma nuvem me acaríciasse o olhar...como se mãos invisiveis tocassem as minhas
Há neste poema um silêncio que apenas a minha alma ouve.
Deixo um beijinho com carinho
Sonhadora
Olá querido António,
Relendo seu soneto, conclui, que as meninas são anjos de luz, e que esses nunca morrem.
Eles, apenas dormem.
Excelente e amorosa terça-feira.
Beijos de muita luz.
Amigo António: Lindo e doloroso soneto me fez lembrar os meus poemas sobre a morte, mas infelizmente ou felizmente quase todos os dias lido com essa coisa a quem chamamos de morte. Gostei apesar de ser um soneto doloroso.
Um abraço
Santa Cruz
Meu querido
Feliz porque o nosso Lírio voltou a florir.
Beijinho com carinho
Sonhadora
Postar um comentário